Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia - São Paulo
O termo cálculo vesical refere-se à presença de pedras ou material calcificado na bexiga. Geralmente, essas pedras estão associadas à estase urinária (urina que permanece parada na bexiga), mas podem aparecer em indivíduos sem evidência de defeitos anatômicos, infecções ou outras alterações.
A presença de cálculos (pedras) no trato urinário superior (rins, ureteres) que podem migrar para a bexiga predispõem o aparecimento de cálculos vesicais.
A causa mais comum de formação de cálculo vesical é a obstrução da saída da bexiga. Dessa forma, a urina fica acumulada. Cristais são formados na urina parada, desenvolvendo cálculos maiores.
Outra forma de desenvolvimento de cálculos vesicais é devido à presença de corpos estranhos na bexiga, que servem como um ninho para a formação da pedra. Esses corpos estranhos podem ser: material de sutura, migração de aparelhos contraceptivos, stents (cateteres) ureterais, entre outros.
As pedras podem formar-se dentro da bexiga, ou então, serem formadas nos rins e chegarem à bexiga e lá crescerem. Mas seria mais raro, pois se a pedra é pequena o suficiente para passar pelos ureteres, eles provavelmente passarão pela uretra.
Em indivíduos de mais idade, as pedras geralmente são formadas na própria bexiga e são compostas basicamente por ácido úrico ou fosfato magnesiano. As pedras que se originam nos rins, geralmente são compostas por oxalato de cálcio.
O tamanho dos cálculos vesicais e sua quantidade variam. Pode haver várias pedras ou apenas uma. Elas podem ser muito pequenas ou então grandes o suficiente para ocuparem quase toda a bexiga.
Seu aspecto também pode variar de uma pedra mole à uma extremamente dura; sua superfície pode ser mais lisa ou com maior quantidade de imperfeições.
Além disso, elas podem ser móveis, que é o que ocorre na maior parte dos casos, ou serem fixas a alguma superfície da bexiga.
Pacientes com cálculos vesical podem ser totalmente assintomáticos. Mas geralmente os pacientes relatam dor abaixo do púbis, disúria (dor ao urinar), intermitência (interrupção do jato de urina), aumento da freqüência da urina, e noctúria (vontade de urinar durante a noite).
Outros sintomas são dores na ponta do pênis, escroto, costas e quadril. O desconforto geralmente aumenta ao realizar movimentos repentinos e exercícios.
Até os anos 1980, as cirurgias para o tratamento destes cálculos sempre necessitavam de grandes incisões, procedimentos invasivos, com longo período de recuperação, deixando cicatrizes. A partir daquela data, surgiram novas técnicas para o tratamento destes cálculos, com o aparecimento de máquinas capazes de quebrar os cálculos em pedras bem menores dentro do corpo humano através de ondas de choque extra-corpóreas (LECO), geradas por fontes de energia eletrohidráulica, eletromagnética ou ultrassônica e laser, praticamente sem complicações ou lesões em outros órgãos.
Para cálculos renais muito duros pela sua composição química ou muito grandes (maiores que 2 cm), nos quais seriam necessárias muitas aplicações de LECOS, ou cálculos localizados no ureter sendo maiores que 1 cm, ou muito duros, ou ainda em cálculos vesicais maiores que 3 cm, o avanço tecnológico colocou à disposição de todos as cirurgias minimamente invasivas.
Nelas, através de incisões na pele de 1 cm ou através das vias urinárias naturais, é possível alcançar os cálculos em qualquer localização, e com a utilização de aparelhos de fibra ótica de fino calibre, fragmentar ou mesmo desintegrar os cálculos em seu local. Desta forma, se permite um retorno rápido do paciente às suas atividades normais sem grandes intercorrências.
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