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Câncer de Bexiga

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia - São Paulo

 

O câncer de bexiga é um dos tumores mais frequentes. Ocupa atualmente o quarto lugar (10% dos casos) nos homens e o oitavo lugar (4% dos casos) na mulher sendo o segundo mais tratado pelos urologistas, perdendo apenas para o adenocarcinoma da próstata.O câncer de bexiga é o segundo tipo de câncer mais frequente do trato do urinário.

 

O câncer de bexiga é mais frequente na raça branca, sendo uma das principais causas de morte por neoplasia maligna nos Estados Unidos (10000 mortes por ano). Ele apresenta incidência predominante no sexo masculino, com uma proporção de 3:1 para o sexo feminino. A incidência desse tipo de câncer aumenta progressivamente de acordo com o grupo etário, sendo especialmente mais elevada após os 60 anos de idade.

  • Fatores predisponentes

    O câncer de bexiga parece estar mais relacionado a fatores exógenos do que a fatores genéticos, apesar da descrição de casos de doença familiar.

     

    O tabagismo é o fator de risco mais significante, pois está presente em cerca de 50% dos casos de câncer de bexiga no sexo masculino e em 35% entre as mulheres. Os tabagistas apresentam uma chance duas a quatro vezes maiores de desenvolver câncer de bexiga, quando comparados aos não-fumantes. Quando o uso de tabaco é interrompido, diminui-se a chance de aparecimento da doença, embora a ação dos fatores cancerígenos presentes possam perdurar no organismo por mais de dez anos.

     

    Outros fatores relacionados ao câncer de bexiga são: as radiações ionizantes como os raios-x, infecções urinárias de repetição ou presença de cateteres no trato urinário, uso de algumas substâncias tais como aminas aromáticas, ciclamato, sacarina, corantes, ciclofosfamidas entre outros.

  • Sinais e sintomas

    A maioria dos tumores da bexiga é diagnosticada durante a investigação de hematúria (presença de sangue na urina), seu principal sinal, ocorrendo em 37% a 62% dos pacientes acometidos por este tipo de câncer. Nesses casos, a hematúria é, mais frequentemente, macroscópica (a presença do sangue pode ser detectada a olho nu sem auxílio do microscópio) e total (está homogeneamente misturada com o sangue).

     

    Nos casos de hematúria acompanhada de dor ou de sintomas irritativos, como urgência miccional e polaciúria (quando o paciente vai muitas vezes ao banheiro), deve-se pensar além da hipótese de câncer, em causas inflamatórias, infecciosas ou mesmo litíase urinária (“pedra na urina”). Deve-se diferenciar tumor de bexiga de outras doenças que provocam hematúria e sintomas relacionados ao trato urinário baixo.

     

    Outros sintomas mais raros do câncer de bexiga são dor lombar (“dor nas costas”), presença de massa palpável no hipogástrio (“barriga”) ou edema (“inchaço”) nos membros inferiores (coxas, pernas e pés). A doença quando se encontra num grau mais avançado pode vir acompanhada de emagrecimento entre outras manifestações.

  • Diagnóstico

    Quando ocorrer suspeita de câncer de bexiga o médico poderá se utilizar de diferentes exames clínicos realizados no consultório, como palpação abdominal, toque retal e toque vaginal.

     

    Além desses exames, existem diversos exames complementares, como exames de urina (para detectar presença de sangue invisível a olho nu), ultrassonografia de vias urinárias, urografia excretora e citoscopia.

     

    A citoscopia (endoscopia da bexiga) é o melhor exame para o diagnóstico de tumor da bexiga, sendo que se trata da visualização do interior das vias urinárias através da inserção de um citoscópio pela abertura da uretra. Atualmente, com os modernos aparelhos flexíveis, tornou-se mais fácil e mais cômodo realizar a citoscopia no consultório com anestesia local.

  • Tratamento

    O tratamento dos tumores de bexiga se baseia na ressecção completa das lesões, inicialmente, por via endoscópica. Em casos mais avançados, pode ser necessária a remoção cirúrgica da bexiga. Tratamentos adicionais, como terapias intra-vesicais, radioterapia e quimioterapia podem ser necessários em casos específicos.

     

    A escolha do tratamento deverá ser feita pelo médico urologista, que se baseará nas características do tumor e nas particularidades dos pacientes. Atualmente, devido a abundância de métodos terapêuticos eficientes, as chances de cura para os diversos tipos de tumores da bexiga são altas.

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